‘Tactics Ogre’ é um remake ambientado no reino medieval de Valeria, terra natal de três grupos étnicos em pé de guerra
| Plataforma: PSP | Desenvolvedora: Square Enix | Editora: Square Enix | Gênero: RPG | Lançamento: 15/2/2011
Melhor: História, música e mecânicas sem igual | Pior: Ser lançado para um sistema que está nos seus últimos dias
Do ponto de vista de um desenvolvedor, o gênero de RPG é provavelmente um dos mais difíceis de criar. Ao contrário de, por exemplo, jogos de ação, aonde as mecânicas são o destaque e a história é muitas vezes dispensável, RPG’s precisam oferecer boas experiências nesses dois quesitos. Em outras palavras, o sistema de batalha precisa ser refinado, variado e acessível, e a história e os diálogos devem ser interessantes, originais e, no caso de jogos japoneses, bem traduzidos.
É claro que não é simples assim, pois existem outros fatores, técnicos, artísticos, mercadológicos a serem considerados, mas esses são os pontos principais. Mas em uma época aonde empresas sempre fazem concessões em prol de certa demografia ou preferência, é surpreendente que um jogo como “Tactics Ogre” exista, pois é o único jogo desta geração a preencher até nos mínimos detalhes todos os requisitos para se criar um bom RPG.
“Tactics Ogre” é um remake, mas é o perfeito exemplo do que um remake pode e deve ser. Todos os aspectos do jogo original foram recriados e consideram com atenção todas as melhorias tecnológicas e de usabilidade esperadas em um jogo moderno. As batalhas, travadas em campos isométricos, acomodam agora uma quantidade maior de personagens, o que enfatiza a necessidade de estratégia e planejamento.
A história, um relato sombrio e realístico sobre as circunstâncias de um conflito étnico, é triunfantemente conduzido por um script e tradução brilhantes, e a trilha sonora, uma das melhores obras do compositor Hitoshi Sakimoto, é agora totalmente orquestrada.
Dois novos sistemas em especial ilustram bem o quanto esta nova versão de “Tactics Ogre” foi refinada. O sistema Charliot permite voltar até 50 lances na batalha, e assim possibilita a exploração de diferentes resultados instantaneamente, e o sistema WORLD permite que após a conclusão, o jogador volte na linha do tempo e experimente diferentes aspectos na história resultantes de decisões cruciais.
Esse sistema é interessante, pois destaca a elusiva moralidade da narrativa, aonde não existe uma clara distinção entre o certo ou errado, a honra ou o dever ou mesmo o bem e o mal.
As decisões são imprevisíveis, e resultam em situações, personagens e finais totalmente diferentes em cada linha, e o WORLD possibilita que o jogador analise todas as facetas da guerra em Valeria sem a necessidade de manter e organizar dezenas de saves.
”Tactics Ogre” não é um jogo perfeito. Não existe nenhum título que se agrade a todos os gostos, mas é possível encontrar jogos que se adéquam às convenções específicas e que superam as expectativas dos fãs mais dedicados.
E para apreciadores de RPG’s de estratégia, jogadores que anseiam por uma história genuinamente madura, detalhada, e que apreciam sistemas que balanceiam perfeitamente a necessidade de microgerenciamento e acessibilidade, “Let us Cling Together” é o melhor jogo do gênero, não só para o PSP, mas dentre todos os consoles desta geração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário